"ORIENTAÇÃO AOS PROFESSORES DA
UFBA"
CAROS PROFESSORES,
Vivenciamos, na atualidade, um conjunto de mudanças
sociais que apontam para a valorização da
diversidade humana e para a superação de antigos
mecanismos de exclusão. Uma das consequências dessas
mudanças manifesta-se pelo aumento da esperada e
bem-vinda inclusão de estudantes com deficiência nas
universidades do país, rompendo, gradativamente, com
séculos de exclusão e invisibilidade dessa parcela
da população em nossa sociedade.
A Universidade Federal da Bahia - UFBA tem
procurado, com crescente ênfase nos últimos anos,
preparar-se para receber a todos os estudantes com
deficiência que ingressam nesta comunidade
acadêmica, buscando disponibilizar o suporte e o
apoio indispensáveis para que esses estudantes
encontrem as condições de acessibilidade necessárias
ao desenvolvimento, com pleno aproveitamento, dos
seus estudos.
Para isso, a UFBA criou, em 2008, o Núcleo de Apoio
à Inclusão do Aluno com Necessidades Educacionais
Especiais - NAPE, o qual possui, entre suas
diferentes atribuições, a missão central de
disponibilizar suporte a todas as unidades da UFBA,
para que cada uma delas possa organizar-se e
oferecer estruturas e serviços de apoio, de forma
que acolha, com a acessibilidade e dignidade
necessárias, a todos os estudantes com deficiência
que já freqüentam ou que venham a frequentar essas
unidades (salas de aula, bibliotecas, laboratórios,
serviços etc.).
Numa Universidade Brasileira essas ações situam-se
no âmbito do estrito acesso a direitos fundamentais
e básicos para o exercício pleno da cidadania, e não
de medidas opcionais ou secundárias. A Convenção
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência, aprovada na ONU em 2006, e ratificada
integralmente pelo Brasil em 2008 com o status de
Emenda Constitucional, preconiza a necessidade da
inclusão educacional, em todos os níveis, dos
estudantes com deficiência, e tipifica claramente a
falta de acessibilidade como uma evidente forma de
discriminação. É, portanto, a própria lei maior do
país, a Constituição Brasileira, que assim se
manifesta.
Portanto, há muito ainda a ser feito nessa área na
Universidade Federal da Bahia.
E, para isso, é indispensável o envolvimento
comprometido de toda a comunidade acadêmica, sejam
gestores, professores, funcionários ou alunos, de
forma que, a crescente inclusão de alunos com
deficiência na UFBA, possa ocorrer, cada vez mais,
com a eficiência, agilidade e acessibilidade
necessárias. E a diversidade humana possa ser
percebida, não como um obstáculo ou uma dificuldade
a mais, mas, sim, como uma riqueza que aponte para o
crescimento e humanização da sociedade, por meio de
um maior e mais harmonioso convívio na diversidade
intrínseca a essa humanidade.
Dirigimo-nos, neste momento, especificamente a
vocês, CAROS PROFESSORES, em função da sua
proximidade do cotidiano acadêmico e das
necessidades educacionais específicas desses alunos
com deficiência, certos do seu compromisso com esse
processo de inclusão e de efetivação de direitos,
trazendo algumas informações e orientações que,
embora resumidas e parciais, possam ajudá-los nas
interações necessárias para a inclusão e progresso
desses estudantes.
Apresentamos, a seguir, uma pequena lista de
orientações e recomendações sobre as necessidades
mais frequentes relacionadas, principalmente, com os
comprometimentos das funções físico/motoras, funções
visuais e funções auditivas, referentes às demandas
encontradas na atualidade.
DEFICIÊNCIA FÍSICA/MOTORA:
• Compreender que estudantes com deficiências
físicas/motoras não apresentam deficiências
intelectuais e podem aprender através dos mesmos
métodos empregados com os demais estudantes.
Portanto, métodos especiais de ensino só são
necessários para os estudantes cujas deficiências
físicas sejam complicadas por dificuldades
resultantes de lesões neurológicas, com
comprometimentos severos de interação e comunicação.
• Oferecer ajuda e aguardar que o estudante com
deficiência física diga como proceder.
• Organizar a sala de aula de forma a que permita a
mobilidade do estudante em cadeira de rodas. Remover
carteiras ou cadeiras, de forma a possibilitar a
passagem de cadeira de rodas, ou facilitar a
locomoção de alunos com muletas.
• Procurar sentar-se, durante conversas longas,
ficando no mesmo nível do olhar do estudante usuário
da cadeira de rodas.
• Colaborar na acomodação do estudante usuário de
muletas de modo que estas estejam sempre ao alcance
de suas mãos.
• Ficar a vontade ao utilizar vocábulos como
'correr' ou 'caminhar', pois as pessoas com
deficiência também as usam.
DEFICIÊNCIA VISUAL:
• Oferecer ajuda sempre que um estudante com
deficiência visual (cegueira ou baixa visão) parecer
necessitar, mas sempre perguntando-lhe antes de agir
e solicitando explicações de como fazê-lo.
• Compreender que os sentidos remanescentes (tato,
audição, paladar, olfato) possibilitam, para esse
estudante, a ampliação de possibilidades na obtenção
de informações originadas no meio externo.
• Prestar informações ao estudante sobre a
organização do espaço físico e mobiliário da sala de
aula, e sempre que houver alterações no mesmo,
permitindo o reconhecimento desse espaço, de modo
que ele tenha autonomia na mobilidade.
• Adotar o princípio da redundância na comunicação,
canalizando por via verbal ou via e-mail, avisos e
demais informações afixadas em murais, por exemplo.
• Fornecer ao estudante com deficiência visual, ou
ao serviço de apoio, com a devida antecedência, todo
o conteúdo textual da disciplina, em cópias de boa
qualidade e de preferência em formato digital, tais
como: os planos das disciplinas, livros
digitalizados, textos, apostilas e demais materiais
didáticos.
• Nos deslocamentos, permitir que o estudante cego
segure em seu braço, de preferência, no cotovelo ou
no ombro, sempre que você for guiá-lo. À medida que
encontrar degraus, meio-fios e outros obstáculos,
oriente-o. Ao passar em lugares muito estreitos para
duas pessoas caminharem lado a lado, coloque seu
braço para trás de modo que o estudante cego possa
segui-lo.
• Garantir a audiodescrição, feita por colegas ou
outras pessoas, quando da utilização de vídeos e/ou
documentários, mediante a descrição oral das
informações que compreendemos visualmente e que não
estejam contidas nos diálogos, tais como expressões
faciais e corporais, efeitos especiais, ambientes,
mudança de tempo e espaço, entre outras.
• Possibilitar diferentes instrumentos de avaliação,
como: prova em Braille, prova oral, apresentação de
seminários, portfólios, entre outros.
• Incluir sempre o estudante com deficiência visual
nas atividades acadêmicas e sociais,
promovendo sua participação, junto com os demais.
• Permitir, durante as aulas, o uso do gravador, da
máquina de escrever Braille, de computador com
programas sintetizadores de voz e ledores de texto.
DEFICIÊNCIA AUDITIVA:
• Reconhecer a existência de duas realidades
distintas, na área da Deficiência Auditiva: a
existência de surdos usuários da Língua Brasileira
de Sinais (LIBRAS) e, também, a existência de surdos
usuários da Língua Portuguesa, muitas vezes não
usuários de LIBRAS, oralizados, e que, em vários
casos, realizam a leitura labial. Saber que essas
duas realidades necessitam de recursos de
acessibilidade bem diferentes, para favorecer o seu
aprendizado e comunicação.
• Utilizar a escrita ou recursos visuais para
favorecer a apropriação do conteúdo abordado
verbalmente.
• Favorecer um ambiente de classe sem muito ruído,
principalmente em caso de estudante com deficiência
auditiva que utiliza prótese auditiva ou Implante
Coclear, e também para os que precisam fazer a
gravação em áudio das aulas para depois ouvi-las.
• Organizar a classe de modo que o estudante com
deficiência auditiva possa visualizar os movimentos
orofaciais dos seus professores e colegas, para
realizar a leitura labial.
• Compreender e assegurar o papel do intérprete de
LIBRAS em sala de aula: traduzir/interpretar as
aulas ministradas e as interações sociais
estabelecidas entre docentes e discentes e entre
discentes, colaborando para apreensão do conteúdo e
do contexto social onde acontece a aula.
• Utilizar o closed caption/legenda oculta quando a
aula demandar filmes ou documentários.
• Evitar falar enquanto escreve na lousa.
Em algumas situações, é importante ampliar o tempo
para realização das provas e demais avaliações, para
os estudantes com deficiência que disso necessitem.
Em relação a todos os estudantes com deficiência, é
fundamental, também, estar atentos às suas demandas
e dificuldades, avaliando a necessidade de solicitar
da Universidade os suportes e recursos de Tecnologia
Assistiva que possam ser úteis a esses alunos na
sala de aula, para o seu aprendizado, movimentação
ou posicionamento, manipulação de materiais e
conteúdos, comunicação e demais necessidades.
Estas são apenas algumas rápidas orientações e
recomendações, estando o NAPE disponível para outras
informações e detalhamentos que se façam
necessários.
NAPE/PROAE/UFBA
CONTATOS:
Av. Jeremoabo, s.n., PAF 3 - Térreo
Campus Universitário de Ondina
Salvador - Bahia
Telefones: (71) 3283-6979 e (71) 3283-6980
www.napeacessivel.ufba.br
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