São objetivos:
Prover aos governos e à sociedade civil uma análise
abrangente sobre a importância da deficiência e as
respostas oferecidas, baseada nas melhores
evidências disponíveis.
Recomendar ações em âmbito nacional e internacional.
RECOMENDAÇÕES DO RELATÓRIO
Ainda que muitos países já tenham começado a
realizar ações para melhorar as vidas das pessoas
com deficiência, ainda resta muito a ser feito. As
evidências elencadas por este Relatório sugerem que
muitas das barreiras enfrentadas pelas pessoas com
deficiência são evitáveis e que as desvantagens
associadas à deficiência podem ser superadas.
São nove as recomendações. A sua implementação
requer o envolvimento de diferentes setores - saúde,
educação, proteção social, trabalho, transporte,
habitação - e diferentes atores - governos,
organizações da sociedade civil (incluindo as
organizações de pessoas com deficiência),
profissionais, o setor privado, indivíduos com
deficiência e suas famílias, o público em geral, o
setor privado e a mídia.
É essencial que os países adaptem suas ações aos
seus contextos específicos. Onde os países estão
limitados por restrições em seus recursos, algumas
das ações prioritárias, particularmente aquelas que
requerem a assistência técnica e a construção de
capacidades, podem ser inclusas em um contexto de
cooperação internacional.
Confira abaixo, um
resumo das recomendações:
Recomendação 1: permitir o acesso a todos os
sistemas e serviços regulares. O processo de
inclusão requer um comprometimento em todos os
níveis- considerado através de todos os setores e
construído no âmbito das legislações, padrões,
políticas, estratégias e planos novos e existentes.
A adoção do desenho universal e a implementação de
adaptações razoáveis são duas abordagens
importantes.
Recomendação 2: investir em programas e serviços
específicos para pessoas com deficiência. Além dos
serviços regulares, algumas pessoas com deficiência
podem requerer o acesso a medidas específicas, tais
como a reabilitação, serviços de apoio, ou
treinamento. A reabilitação e o treinamento
vocacional podem gerar oportunidades no mercado de
trabalho.
Recomendação 3: adotar uma estratégia e planos de
ação nacionais sobre a deficiência. Uma estratégia
nacional sobre a deficiência estabelece uma visão
consolidada e abrangente de longo prazo para a
melhora do bem-estar das pessoas com deficiência, e
deve cobrir tanto as políticas e programas regulares
quanto os serviços específicos para pessoas com
deficiência. O plano de ação operacionaliza a
estratégia em curto e médio prazos ao estabelecer as
ações concretas e os prazos para sua implementação,
a definição das metas, a relação das agências
responsáveis, e o planejamento e a alocação dos
recursos necessários.
Recomendação 4: envolver as pessoas com deficiência.
Pessoas com deficiência geralmente possuem uma visão
singular de sua deficiência e sua situação. Na
formulação e implementação de políticas, leis e
serviços, as pessoas com deficiência devem ser
consultadas e ativamente envolvidas.
Recomendação 5: melhorar a capacidade dos recursos
humanos. A capacidade dos recursos humanos pode ser
melhorada por meio da educação, treinamento e
recrutamento efetivos. Uma revisão dos conhecimentos
e competências dos funcionários em áreas relevantes
pode oferecer um ponto de partida para o
desenvolvimento de medidas apropriadas para sua
melhoria.
Recomendação 6: oferecer financiamento adequado e
melhorar a acessibilidade econômica. O financiamento
adequado e sustentável de serviços públicos
prestados é necessário para assegurar que eles
alcancem todos os beneficiários pretendidos e
serviços de qualidade sejam oferecidos. Para
melhorar a acessibilidade econômica de bens e
serviços para pessoas com deficiência e para
compensar os custos extras associados à deficiência.
Recomendação 7: aumentar a conscientização pública e
o entendimento das deficiências. O respeito mútuo e
a compreensão contribuem para uma sociedade
inclusiva. Portanto, é vital aumentar a
conscientização sobre a deficiência, confrontar as
percepções negativas, e representar a deficiência
com justiça. Coletar informações sobre o
conhecimento, crenças e atitudes sobre a deficiência
pode ajudar na identificação de falhas na
compreensão da opinião pública que podem ser
corrigidas por meio da educação e da disseminação
pública de informações.
Recomendação 8: aumentar a base de dados sobre
deficiência. Internacionalmente, metodologias para a
coleta de dados sobre as pessoas com deficiência
precisam ser desenvolvidas, testadas em diversas
culturas, e aplicadas consistentemente. Os dados
precisam ser padronizados e internacionalmente
comparáveis para estabelecer um ponto de referência
e monitorar o progresso das políticas relacionadas à
deficiência e da implementação da CDPD nacional e
internacionalmente.
Recomendação 9: fortalecer e apoiar a pesquisa sobre
deficiência. A pesquisa é essencial para o aumento
da compreensão pública sobre questões relacionadas à
deficiência, a oferta de informações para a
elaboração de programas e políticas dedicados à
deficiência, e para a alocação eficiente de
recursos. Esse Relatório recomenda áreas para a
pesquisa sobre a deficiência incluindo o impacto de
fatores ambientais (políticas, ambiente físico,
atitudes) sobre a deficiência e como mensurá-lo; a
qualidade de vida e bem-estar das pessoas com
deficiência; o que funciona para a superação das
barreiras em diferentes contextos; e a efetividade e
resultados de serviços e programas para pessoas com
deficiência.